Ele calçou as botas. Enquanto se abaixa para amarrar os cadarços, seus cabelos caem sobre o rosto e mesmo sem vento no recinto e balançam num movimento muito lento. Terminando de ajustar os calçados nos pés, pega seu sobretudo preto, suas luvas de couro, seu revólver de calibre 38 cromado, bem limpo e com 4 munições, agasalhou-o num dos bolsos. Seu chapéu cobre os finos cabelos. Seus passos são firmes, seu caminho é de traçado reto e sem incertezas. Ele decidiu alvejar o presidente do seu país que se pronuncia diante de milhões na praça central.
Ela é médica. Seu rosto cansado de final de plantão, seu olhar de fome. Toc, toc, toc, martela o seu salto na calçada até chegar à porta de seu carro. Ao sentar e apoiar os braços no volante pensa se realmente vai aguentar ficar longe da família ainda por tanto tempo. Seu carro vermelho escuro é quem conduz, ela só está ali. Ele é como uma peça do carro, e este vive por ela naquelas ruas. Ela nem está em si. Indo tão automaticamente que esquecera do pronunciamento do presidente na praça central. Ficou incapaz de sair do olho do furacão. Multidões no seu caminho. Não há mais o que fazer.
Fumando, ele começa a sentir uma adrenalina que fez ferver o sangue do seu rosto, coisa que só sente que está prestes a salvar um país inteiro de um crápula. Crápula este que só ele e mais 8 amigos conhecem bem. Mas isso não cabe agora explicar. Ele segue. Segue firme. Obstinado. Com um senso de dever tão grande, sabe que mesmo que não sobreviva ao atentado ele já se sente eterno na história. Seu dedo acaricia o revólver em seu bolso.
Não há outra saída. Só resta manobrar o carro em alguma vaga raríssima de ser encontrada e esperar. Ali! Ali está a vaga. Ela estaciona com facilidade. Vou ficar aqui mesmo, pensou. Encostou novamente no volante reto. Alinhado. Ela adormeceu. Adormeceu por segundos que pareceram minutos. Ela vê que no lado oposto ao carro estacionado tem uma cafeteria. Cata sua bolsa no banco do carona. Abre a porta num movimento rápido, sem olhar pra nada além da cafeteria.
A porta de um carro vermelho bloqueia bruscamente sua passagem. O susto faz com que sua visão se torne como que um fio de luz num túnel. Ele só vê o que sua imaginação monta e em sua cabeça já seria a polícia que num trabalho de inteligência já o havia pego. Era o fim de um plano. O dedo repousa no gatilho.
E agora? Para saber se você lê realmente isso aqui, vou deixar você escolher o que vai acontecer. Manda no twitter o que vai acontecer agora. Responde o link que você clicou.
a) Ele aciona o gatilho atingindo a médica
b) Ele não aciona o gatilho
c) Ele não aciona o gatilho, mas retira a arma de seu sobretudo
A alternativa mais votada terá a continuidade aqui.
E se você está pensando que isso que eu estou fazendo não tem nenhuma mensagem importante... você está enganado. Ou não.
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