Quando vi estava ali sozinho.
Me encontrei num lugar
que nunca antes havia estado.
Num estado que não cabia em nenhum lugar.
Numa cidade de outro Estado.
Num estado um tanto deslocado.
Num local aparentemente endereçado
a ser um forte litorâneo
sutilmente embelezado.
Um refúgio de leste espraiado.
Um ponto de um oeste alargado.
Um norte atlântico avarandado.
Um sul desértico,
inacabado.
Sertão romântico.
Lindeza incerta.
A aridez de seu terreno
é como o peito de um poeta.
O ser assim que semear
Sua ceia, ceará.
Ainda que haja fartura de palavras
é sempre tão difícil de falar.
Ainda assim és um estado,
de um espírito ensolarado.
É cais do porto -
o Ceará.
Onde eu estiver
tu comigo estará.
Nesse estado que tanto grita,
insistente em não cansar.
Uma força dentre tantas.
És difícil segurar.
Falar de todo sacrifício
Tanto de lá quanto de cá
Nossas lutas se confundem
Sou tanto eu, quanto o lugar
Mesmo assim me acolheu,
como quem prepara um menino pra deitar.
Se aconchega tateante.
Vai te deitando devagar.
Te abate um sono vigilante.
Te acorda feito onda do mar.
Deitar em paz,
janela aberta.
Um sol tão forte
quanto somos
Dou-te um beijo
na Beira-mar.
Comments