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Pontualmente

  • Foto do escritor: Rodrigo Souza
    Rodrigo Souza
  • 3 de mar. de 2023
  • 2 min de leitura


Foi pontualmente que ele chegou. Foram 14 anos de espera pelo que dali se constatou. Daquele dia em diante um evento astrológico-astronômico formou. Confundiu a ciência e o que era mágico, status de oráculo firmou.

No momento exato do contato inseparavelmente temporal e surpreendentemente espacial, foi de espectralmente imaginado ao físico quântico perfectocarnalmente fatorial. Alterou o plano do dia, o pleno da pluma, o plomo da plata gravitacional, fez graça no plano astral que tanto aprumadamente era mapeado, hoje é papo de boteco na terraplana colonial, moveu uma massa energeticamente abissal, desalinhando o sol e dando a projeção do lúmen da lua a alteração para uma maré fenomenal. Mudou signos. Quem era de virgem hoje é dragão. O miojo virou pão, fez o tijolo brotar do chão.

O cristão virou hindu. Pôs japonês na feijoada e no mingau o peixe cru.

Desorientando James Webb fez focá-lo nos pixels da internet dos sismólogos do Turcomenistão. Porção territorial agora povoada por quatrocentos e quarenta e quatro pedras de sabão. Lugar esse que nem se sabia que existia, até pousar drones de carne no heliponto dessa conexão. Com um poder e velocidade fulgural, tal e qual a fórmula de Einstein virou estampa de camisa no sarau. E=mc2 ficou de fato sem relevância alguma no plano equinocial. Da corda do navio, fez-se o fio-dental. Foi possível empinar pipa na linha do Equador e ainda fez da lágrima um canal.

Gradativamente a China começou a fronteirar o Rio, Tim Maia virou ladrilho do Leme ao Pontal. Chegou no momento correto para dizer: só quero dinheiro etcetera e tal. Fez marcha pra Exú em pleno sábado de Carnaval e Silas Malafaia falar de Jesus. Milagre que nem o próprio conseguiu fazer, destronou da Jerusalém celestial. Pôs até palavra bendita na boca de liberal. Até presidente da república com um beijo elegeu.

E tudo que haveria de acontecer, assim aconteceu.

O relógio tic-tac no metrônomo morreu.

Fez a alegria da cidade naquelas horas em que se deu.

Gozou só felicidade no céu da boca de Perseu.

Tudo isso aconteceu.

Depois disso, acordou.

Depois que todo mundo morreu.

 
 
 

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